CANHOTO DE INGRESSO XXIII: Herbie Hancock apresenta temas variados de sua discografia em show em SP
29/05/2008 - 10h52
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/05/29/ult89u9113.jhtm
Um dos principais nomes da história do jazz, o pianista norte-americano Herbie Hancock fez show nesta quarta-feira (28) em São Paulo para aproximadamente 1.700 pessoas, segundo a organização do evento realizado no HSBC Brasil. No roteiro do espetáculo de duas horas, o músico de 68 anos, vencedor do Grammy de melhor álbum por "The River: The Joni Letters" (2007), apresentou temas variados de sua discografia, atentando à faceta eternamente mutante do jazz, gênero pautado primordialmente por improvisos e liberdade musical.
Logo que entrou em cena, Herbie Hancock desculpou-se pelo pequeno atraso e brincou ao argumentar que assistia a um jogo de futebol, em referência às semifinais da Copa do Brasil. Depois perguntou se todos estavam preparados para se divertir e apresentou sua banda formada por Nathan East (baixo), Vinnie Colaiuta (bateria) e Lionel Loueke (guitarra) --este último recebeu menção especial, em razão de sua notável discrição no palco e por sua origem beninense, destacada por seus trajes.
A primeira música do show foi "Actual Proof", tema de base funkeada originalmente gravado por Hancock no álbum "Thrust" (1974), com o grupo Headhunters, responsável pela guinada de sua música rumo à vanguarda do jazz fusion. O tema logo ressaltou a excelência musical dos instrumentistas, com destaque para os fraseados melódicos de guitarra e piano.
Em seguida, Herbie saiu do piano em direção ao microfone localizado no centro do palco para melhor interagir com a audiência. Perguntou aos presentes se já haviam acordado, pois apresentaria um tema "fácil", ao qual mesclaria com material de andamento inusitado de procedência africana composto por Loueke: uma versão funkeada de "Watermelon Man", clássico lançado por Hancock no disco "Taking Off" (1962), misturado a "Seven Teens", gravado pelo guitarrista no álbum "Karibu" (2008).
Durante o solo de East, o pianista também improvisou, como se tudo não passasse de uma brincadeira: o primeiro fazia uma frase e o outro a repetia de maneira mais complicada, reforçando a máxima dos músicos tradicionais de que o improviso e liberdade musical do jazz ao vivo serão sempre as melhores expressões do gênero, pois as gravações apenas representam pequenos registros de sua grandeza.
No começo de "Stitched Up", tema de Hancock e John Mayer lançado em "Possibilities" (2005), Nathan East fez um breve interlúdio solo de baixo e voz em uníssono e a platéia o acompanhou com palmas durante seus improvisos.
Na seqüência, Hancock comentou que seus dois últimos álbuns --"Possibilities" (2005) e "River: The Joni Letters" (2007)-- são trabalhos marcados por canções e chamou ao palco a cantora Sonya Kitchell, de apenas 19 anos, para uma interpretações de "River" e "All I Want", temas da artista canadense Joni Mitchell.
O pianista falou do privilégio de ter dois cantores em seu grupo antes de apresentar "When Love Comes to Town", canção do grupo irlandês U2 gravada por Hancock em "Possibilities". Kitchell e East fizeram os vocais principais, em uma versão que reforça suas conexões com o jazz, apenas sugeridas pela gravação original do grupo irlandês, do disco "Rattle and Hum" (1988).
Depois Hancock chamou atenção ao momento solo do guitarrista Lionel Loueke. Munido de violão elétrico com cordas de nylon e pedais de efeito, o músico improvisou diferentes levadas da música africana em "Virgin Forest", com destaque para fraseados melódicos característicos da juju music. Na seqüência, os demais instrumentistas voltaram ao palco e acompanharam o guitarrista.
Hancock teve seu momento solo em "Maiden Voyage", o tema mais intimista do espetáculo, apresentado somente ao piano. Com a entrada de sua banda em cena, deixou a delicadeza de lado e mostrou porque é um dos grandes pianistas vivos na atualidade, ao executar rápidos improvisos antes de tocar "Cantaloupe Island", uma de suas músicas mais conhecidas, originalmente lançada no álbum "Empyrean Isles" (1964).
Os músicos saíram do palco aproximadamente às 23h40, mas voltaram pouco depois para o bis com "Chameleon", tema do álbum "Head Hunters" (1973) marcado por várias improvisações de todos os músicos. Ao fim da música, Hancock ainda deu autógrafos aos fãs à beira no palco por alguns minutos, antes de se despedir da audiência pouco depois de meia-noite.
Herbie Hancock ainda se apresenta neste domingo, 1º de junho, junto com Macy Gray, em evento gratuito no Parque Villa-Lobos em São Paulo.
MARCUS MARÇAL
http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/05/29/ult89u9113.jhtm
Um dos principais nomes da história do jazz, o pianista norte-americano Herbie Hancock fez show nesta quarta-feira (28) em São Paulo para aproximadamente 1.700 pessoas, segundo a organização do evento realizado no HSBC Brasil. No roteiro do espetáculo de duas horas, o músico de 68 anos, vencedor do Grammy de melhor álbum por "The River: The Joni Letters" (2007), apresentou temas variados de sua discografia, atentando à faceta eternamente mutante do jazz, gênero pautado primordialmente por improvisos e liberdade musical.
Logo que entrou em cena, Herbie Hancock desculpou-se pelo pequeno atraso e brincou ao argumentar que assistia a um jogo de futebol, em referência às semifinais da Copa do Brasil. Depois perguntou se todos estavam preparados para se divertir e apresentou sua banda formada por Nathan East (baixo), Vinnie Colaiuta (bateria) e Lionel Loueke (guitarra) --este último recebeu menção especial, em razão de sua notável discrição no palco e por sua origem beninense, destacada por seus trajes.
A primeira música do show foi "Actual Proof", tema de base funkeada originalmente gravado por Hancock no álbum "Thrust" (1974), com o grupo Headhunters, responsável pela guinada de sua música rumo à vanguarda do jazz fusion. O tema logo ressaltou a excelência musical dos instrumentistas, com destaque para os fraseados melódicos de guitarra e piano.
Em seguida, Herbie saiu do piano em direção ao microfone localizado no centro do palco para melhor interagir com a audiência. Perguntou aos presentes se já haviam acordado, pois apresentaria um tema "fácil", ao qual mesclaria com material de andamento inusitado de procedência africana composto por Loueke: uma versão funkeada de "Watermelon Man", clássico lançado por Hancock no disco "Taking Off" (1962), misturado a "Seven Teens", gravado pelo guitarrista no álbum "Karibu" (2008).
Durante o solo de East, o pianista também improvisou, como se tudo não passasse de uma brincadeira: o primeiro fazia uma frase e o outro a repetia de maneira mais complicada, reforçando a máxima dos músicos tradicionais de que o improviso e liberdade musical do jazz ao vivo serão sempre as melhores expressões do gênero, pois as gravações apenas representam pequenos registros de sua grandeza.
No começo de "Stitched Up", tema de Hancock e John Mayer lançado em "Possibilities" (2005), Nathan East fez um breve interlúdio solo de baixo e voz em uníssono e a platéia o acompanhou com palmas durante seus improvisos.
Na seqüência, Hancock comentou que seus dois últimos álbuns --"Possibilities" (2005) e "River: The Joni Letters" (2007)-- são trabalhos marcados por canções e chamou ao palco a cantora Sonya Kitchell, de apenas 19 anos, para uma interpretações de "River" e "All I Want", temas da artista canadense Joni Mitchell.
O pianista falou do privilégio de ter dois cantores em seu grupo antes de apresentar "When Love Comes to Town", canção do grupo irlandês U2 gravada por Hancock em "Possibilities". Kitchell e East fizeram os vocais principais, em uma versão que reforça suas conexões com o jazz, apenas sugeridas pela gravação original do grupo irlandês, do disco "Rattle and Hum" (1988).
Depois Hancock chamou atenção ao momento solo do guitarrista Lionel Loueke. Munido de violão elétrico com cordas de nylon e pedais de efeito, o músico improvisou diferentes levadas da música africana em "Virgin Forest", com destaque para fraseados melódicos característicos da juju music. Na seqüência, os demais instrumentistas voltaram ao palco e acompanharam o guitarrista.
Hancock teve seu momento solo em "Maiden Voyage", o tema mais intimista do espetáculo, apresentado somente ao piano. Com a entrada de sua banda em cena, deixou a delicadeza de lado e mostrou porque é um dos grandes pianistas vivos na atualidade, ao executar rápidos improvisos antes de tocar "Cantaloupe Island", uma de suas músicas mais conhecidas, originalmente lançada no álbum "Empyrean Isles" (1964).
Os músicos saíram do palco aproximadamente às 23h40, mas voltaram pouco depois para o bis com "Chameleon", tema do álbum "Head Hunters" (1973) marcado por várias improvisações de todos os músicos. Ao fim da música, Hancock ainda deu autógrafos aos fãs à beira no palco por alguns minutos, antes de se despedir da audiência pouco depois de meia-noite.
Herbie Hancock ainda se apresenta neste domingo, 1º de junho, junto com Macy Gray, em evento gratuito no Parque Villa-Lobos em São Paulo.
Contatos pelo email marcus.marcal@uol.com.br
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